sábado, 28 de julho de 2007
ELA
Ela não passa de uma pessoa normal que tem um coração bem grande. Dentro dele mora uma pessoa que conseguiu resgatar um sentimento que por ela pensava estar perdido. Ela ama um amor diferente. Um amor etério. Tá alí, ela sente, mas infelizmente não é tocável. Ela vive à base do 'sentir', mas é bem além desse verbo que vem o sentimento. Ela ama, precisa, idolatra, sonha, chora, deseja, venera, almeja, e acima de tudo quer. Ela sabe que querer não é poder, mas ela tá ali pra lutar pelo sentimento dela, mesmo se for necessário largar todos seus principios pra estar mais perto da sua realização. Por mais que saiba que ele não é tão estável quanto ela, ela não o deixa, continuando ao lado dele pra quando precisar. E não é em vão, ela sabe que dentro daquele coração tem algo chamando ele pro destino dos dois, pois ela tem certeza que toda história escrita por eles não fora pra encher um livro qualquer. Por mais que saiba que é mais uma história platônica, à base de sonhos e muita paciencia, ela está certa, decidida e resolvida que mesmo achando tudo isso mais uma loucura, ela sabe que é dessa loucura que ela precisa pra continuar vivendo. Se ele está apreensivo por alguma coisa, ela está. Se ele está com medo, ela também está. Se ele estiver com problemas, ela também está. Mas também quando há alguma vitória dele, ela comemora também, ficando profundamente feliz simplesmente por ver um qualquer sorriso solto dele. Sabe de todo e qualquer defeito dele na palma das mãos dela, mas diante do tamanho daquele sentimento existente em seu peito, qualquer coisa negativa se torna de um valor tão mínimo que também já não faz diferença. Ela prefere lembrar de bons momentos e qualquer coisa ali, por mais simples que seja, um livro, um filme, uma frase ou até um cheiro, lembra de algum momento juntos vivenciados por eles. Todos os dias antes de dormir, ela reza e pede por ele, tornando seu sonho frequentemente acompanhado por ele, o que a traz mais pra perto dele, onde ela pode o tocar, sentir seu cheiro... Ela sabe sofrer sozinha, e o faz sempre quando algo parece não estar certo. Pensa ela que não é necessário discutir ou piorar as coisas, e sim tentar contornar a situação, mesmo porque não resolver as coisas e ficar um minuto se quer longe dele viram horas, dias, meses, anos de um vazio incompreensível. Ela perdoa erros imperdoáveis, e cultiva sorrisos expontâneos. Ela o conhece muito bem, e por mais que conheça ainda fica pensando e pensando no que poderia mudar pra tornar tudo diferente, perdendo noites e noites de sono pra tornar as coisas melhor pra ele, e chegar o dia seguinte logo e poder falar o quanto ela o ama, e que tudo irá se contornar dependendo dela. E ela tá disposta a perder quantas noites for pra poder estar do lado dele um dia, pra poder acordar diante daqueles olhos que ela sonhava todas as noites que eram ainda possíveis ser dormidas. Acima de tudo ela quer o bem dele, nem que para isso tenha que ferir seus próprios sentimentos. Ela é daquelas que mesmo chateada após uma briga com ele, o vê saindo de casa todo chateado, e ainda é capaz de ficar a madrugada inteira, sentada no sofá ao lado do telefone, esperando alguma notícia sobre ele. Mesmo se for uma ligação pedindo desculpas ou até pra falar que está bem, pra ela não importa... foi um medo estranho de perdê-lo que ela não consegue explicar. Pra ela o tempo é o inimigo que torna tudo real, o inimigo que irá trazê-la pra felicidade, mas pensa que seria tudo mais facil sem ele, mas mal sabe ela que tudo que está em jogo tem dependência total do maldito tempo. Ah, pra ela não importa isso não, só importa o tempo em que eles viverão uma historia digna de tantas lágrimas corridas e tantas taquicardias causadas por uma frase bonita ou até por poder ouvir o outro, a voz que já sentia falta há muito tempo, mesmo que tenham se falado pela manhã. Eles sonham juntos, olhando um céu nú de nuvens e rico em estrelas. Cada uma com um significado diferente, todos construídos por eles, por olharem juntos e suspirarem em uma mesma sintonia pro mesmo astro. Ali se concentra um amor indescritível que brilha cada vez mais forte se assimilando ao verdadeiro sentimento vivido por eles. Eles acreditam no destino, e o destino nunca deixou de acreditar neles. O acaso gosta de brincar com eles. Chega até a ser irônico... mas é bom... ela gosta, dá pra dar boas risadas! Ela pensa que o destino tá testando-os, brincando com suas fraquezas. Ela pode estar certa sim... quem sabe. A coincidência virou frequente em suas vidas. Mas será tudo uma simples coincidência? Ela gosta de acreditar que são sinais. Sinais que a levarão ao encontro dele. Sinais que a farão a mulher mais feliz do mundo. Pra tudo que antes fora irreal, tornar a realidade mais real vivida e apreciada por eles.